
SOBRE O AMOR
Ederson Malheiros Menezes *
Não sei se é impressão minha, mas para além dos filmes românticos adocicados transmitidos em canas de streaming, tenho a impressão que se reduziu o uso da expressão “amo você”, ou outra expressão qualquer semelhante.
Em outras palavras, as pessoas estão falando menos sobre amor – e isto, talvez, possa sugerir que estão também, vivendo menos o amor.
O amor continua no pódio das emoções.
No entanto, parece ser um ídolo venerado secretamente; e ainda, vivenciado como intocável e inalcançável.
Tenho alguns questionamentos iniciais básicos:
Como se diz hoje que você ama algo ou alguém, quando não se fala “eu te amo”?
Será que o amor está sendo deixado de lado ou encontrou-se outra forma de ser expresso?
Será que o amor está passando por uma metamorfose e configurando-se em um conceito e até mesmo prática diferente do que até então se compreendia por “amor”?
Para alguns, a expressão oral “eu te amo” precisa acontecer, no entanto, para outros, a verdadeira expressão acontece no dia a dia através de ações que comunicam o amor.
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Claro, há aqueles ainda mais exigentes que querem as duas cosias coisas e mais um pouco – que não sabem ainda exatamente o quê.
Há pouco tempo resolvi colocar em uma rede social a pergunta “O que é amor para você?”.
E, o resultado foi que ninguém respondeu.
Coloquei episódios variados de minha vida que envolviam violações no trânsito, vendedores abusivos, etc e houve interações. Mas, ninguém ousou revelar o que é o amor, o que entende por amor.
As experiências são diversas.
Os casos mais atraentes parecem ser aqueles apaixonados, especialmente os que estão bem roteirizados em uma história envolvente com cenas memoráveis.
Em contraste, estão os desiludidos, feridos que reclamam sobre as ilusões do amor. E ainda, em meio a estes existem aqueles que não sabem exatamente o que querem, se amor ou liberdade – e parece que este grupo é enorme.
Se o amor antigo era muito exigente, então percebe-se um esforço para torná-lo mais fácil.
Claro que os que fazem este esforço ainda não entenderam que é inútil, pois enfraquecer o amor é torná-lo insuficiente e até mesmo extingui-lo.
Parece que a escola do amor faliu!
As disciplinas não conseguem traduzi-lo. E as propostas pedagógicas todas fracassaram, de modo que nenhuma receita deu certo como receita mestre.
Tentou-se de todas as formas aprender a amar, mas se há algo sem evolução apesar do esforço, isto diz respeito ao amor.
Também é interessante que apesar de poucos saberem amar, todos cobram amor. E, mesmo que seja algo convencional, formal, ou ainda, fantasioso e ilusório, todos querem ver o amor acontecer.
E para cada nova geração são colocadas novas exigências de esforço, no ímpeto secreto de que alguém encontre a resposta suficiente para abrandar a grandiosa carência oculta no interior de cada ser humano.
Todos têm uma receita de amor que, normalmente, se mostra poderosa de forma circunstancial, mas não resiste ao tempo e nem a abrangência do amor.
Algumas pessoas podem até ficar ofendidas se você disser que elas não sabem amar, então é melhor ser cordial – será?
Mas, e você teria coragem de dizer que alguém não sabe amar?
Parece que é difícil alguém ter esta coragem porque também sente-se entre aqueles que ainda não aprenderam o suficiente sobre o amor.
Bom, esta temática é muito mais abrangente do que se possa imaginar. Mas, quero encerrar com uma hipótese testável para quem quer se aventurar na arte de amar.
Minha hipótese é de que superficializamos e artificializamos o amor, de que a valorização a ele atribuída seja oca. De que a atenção não está sendo suficiente, de que não se entendeu que este elemento da vida é realmente essencial.
Estamos tão ocupados com coisas de muito menor valor e desperdiçamos a oportunidade de aprender a amar.
Então, minha sugestão é para você sair da superficialidade e mergulhar no amor. Não é para você se encantar com a narrativa, é para você viver intensamente e dinamicamente a experiência de amar.
Antecipo que a jornada é a de uma vida, mas cada passo consciente é satisfatório para uma existência que deseja ser intensa.
Bem-vindos ao universo paralelo e não paralelo do amor!
* Ederson Malheiros Menezes – Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, MBA em Gestão de Pessoas, Esp. em Psicologia Positiva, Esp. em Neuroeducação, Bacharel em Administração, Licenciado em Sociologia, Bacharel em Teologia. E-mail: educacaosociologica@gmail.com
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