Sociedade do cansaço e o esquecimento do espírito - Ederson Malheiros Menezes

“Sociedade do Cansaço” e o Esquecimento do Espírito

Reflexão inspirada na obra de Byung-Chul Han
Por Ederson Malheiros Menezes

Vivemos em uma época em que o corpo está cansado, a mente está esgotada e a alma… esquecida.

A sociedade do cansaço é uma realidade atordoante que faz esquecer o espírito, mas você pode mudar isso com algumas atitudes importantes.

O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, que vive na Alemanha e leciona filosofia e estudos culturais, escreveu um pequeno, mas profundo livro chamado Sociedade do Cansaço. Nele, Han nos mostra que as doenças mais comuns de hoje — como ansiedade, depressão, burnout — não são apenas questões individuais. São sintomas de uma sociedade inteira que adoeceu.

A nova forma de cansaço

Segundo Han, cada época tem suas doenças. No passado, o grande medo era o de doenças contagiosas, como a peste. Hoje, vivemos uma epidemia silenciosa: o cansaço mental e emocional.

Não somos mais obrigados por chefes autoritários como nas sociedades do passado, mas agora somos nossos próprios “chefes”. Queremos sempre render mais, produzir mais, ser melhores. Vivemos uma corrida invisível, em que nos cobramos sem parar. E, quando não damos conta, nos culpamos.

Essa sociedade moderna nos ensinou que descansar é perder tempo. Mas será que é mesmo?

O excesso de positividade

Tudo precisa ser “top”, “feliz”, “produtivo”. Não há mais espaço para o tédio, para o silêncio, para o simples “não fazer nada”. E, com isso, perdemos a capacidade de contemplar, de refletir, de simplesmente ser. Essa hiperatividade não é sinal de liberdade, mas de uma nova forma de escravidão: estamos presos ao ideal de performance.

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Como resultado, adoecemos. E o pior: acreditamos que a culpa é nossa.

O esquecimento do espírito

Han nos convida a recuperar um jeito mais humano de viver: mais calmo, mais profundo, mais consciente. Ele lembra que a vida precisa de pausa, de contemplação, de silêncio — não só de produtividade.

Nessa mesma direção, lembro de uma imagem que sempre me tocou profundamente: em algumas culturas indígenas, há o relato simbólico de que, após correr muito, a pessoa para, senta e espera seu espírito chegar. Como se o corpo tivesse ido rápido demais e a alma precisasse de tempo para alcançá-lo.

Estamos correndo tanto que talvez tenhamos feito o mesmo — deixado nossa alma para trás. Talvez seja hora de parar, respirar e reencontrá-la.

Para refletir…

Você tem vivido ou apenas sobrevivido?
Tem corrido tanto que esqueceu de sentir?
Tem se cobrado tanto que esqueceu de cuidar de si?

A boa notícia é que sempre é possível começar de novo — e, às vezes, o primeiro passo é simplesmente parar. Não para desistir, mas para se lembrar de quem você é.


📘 Professor independente em temas ligados à vida e valores humanos, Ederson Malheiros Menezes escreve para ajudar pessoas a refletirem com mais profundidade, autenticidade e consciência sobre a existência. É Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social. E-mail: educacaosociologica@gmail.com

🔗 www.edersonmenezes.com.br

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